O Acusador
Diametralmente oposta à postura do aplacador, o ACUSADOR é nossa maneira de reagir à regra imposta pela sociedade de que devemos nos posicionar e de que não devemos ser fracos, aceitar desculpas ou abusos de ninguém. Para nos proteger, então, acusamos os outros e as circunstâncias. Acusar significa retirar os OUTROS da tríade que valora apenas o EU e o CONTEXTO.
Hostis, tirânicos, ranzinzas, explosivos e constantemente em busca de culpados, os acusadores costumam recusar qualquer pedido e discordam sempre que tem a oportunidade. Curiosamente, os acusadores passam um longo tempo em uma solidão auto imposta, afinal de contas, o contato franco com os OUTROS deixaria exposta sua baixa autoestima e seu fracasso.
Para ativar o medo nas pessoas, o ACUSADOR mantém seu dedo em riste, vocifera (“Qual o problema com você? Você nunca faz nada direito!”), fecha seu semblante e contrai todos os seus músculos, atingindo uma sensação ilusória de poder.
Não é difícil encontrarmos adolescentes que acusam para experimentar dominação, chefes que acusam pois acreditam só conseguirão respeito se mostrarem rompantes de agressividade, consultores ou terapeutas também podem se comportar como acusadores pois seu treino e os vícios da profissão o ensinaram a encontrar culpados.
O trabalho de coaching bem conduzido visa honrar todas estas posturas pois elas foram muito uteis para nossa proteção e sobrevivência e representam nossa autoestima e desejo de viver. Reconhecê-las, dar-lhes lugar e investigar novas maneiras de nos aproximar dos outros para fortalecer-nos é a chave para a mudança.
Até a próxima!